A quantidade acumulada de conexões fotovoltaicas no Rio Grande do Norte atingiu a marca de 73.258 sistemas conectados e de 694.845,83 quilowatts-pico (kWp) de potência instalada até julho deste ano, de acordo com o Observatório da Energia Solar, produzido pela Associação Potiguar de Energias Renováveis (Aper-RN) com a JVilar Consultoria. Para se ter uma ideia da expansão, até 2015, a quantidade acumulada no mercado potiguar era de apenas 64 unidades.
O relatório apresenta uma evolução do setor desde 2015 e aponta que o mês passado registrou o recorde histórico de 2.928 conexões, número que representa um crescimento de 19,3% em relação a junho (mês que teve 2.453 novas conexões). José Maria Vilar, vice-presidente da Aper, destaca que cerca de 60% a 70% das vendas do setor ocorrem por meio de financiamento bancário. Ele estima que o mercado local deve crescer 50% em 2024.
Segundo Vilar, em todo o ano de 2023, o montante investido por meio de financiamentos registrou um volume da ordem de R$ 627 milhões no RN. Neste ano, entre janeiro e julho, foram investidos R$ 282 milhões. “Cerca de 60% a 70% das vendas acontecem por meio de financiamento bancário (bancos privados, públicos e cooperativas de crédito). O financiamento, portanto, é um fator essencial para o desenvolvimento do setor”, aponta Vilar.
Considerando apenas o recorte de 2024 (de janeiro a julho), 16.835 novos sistemas foram conectados à rede elétrica, os quais correspondem a 91,6% de todas as conexões realizadas no ano anterior (18.371).
As conexões estão distribuídas entre 153 municípios potiguares (mais de 90% das cidades do Estado). A potência instalada alcançou 694.845,83 quilowatts-pico (kWp), suficiente para atender cerca de 386 mil domicílios que possuem conta média mensal de R$ 200. Isso representa, segundo o Observatório, uma quantidade de residências (que se encaixam nessa conta média mensal) superior aos municípios de Natal e Mossoró somados. Já a potência média por sistema conectado no ano foi de 7,96 kWp.
Os números devem continuar em ampliação, conforme expectativa de José Maria Vilar. “O mercado de energia solar distribuída vem crescendo no RN a um ritmo superior ao do Brasil e da região Nordeste, em uma forte demonstração da capacidade dos nossos empreendedores, não se podendo esquecer das parcerias que a Aper tem estabelecido particularmente junto ao Sebrae/RN, que tem sido um parceiro de grande importância para apoio ao setor”, avalia. Estima-se que, atualmente, a atividade gere cerca de 5 mil empregos diretos no Estado.
A capacidade instalada é 65.301,64 kWp (9,4% de toda a capacidade) em Parnamirim e de 25.433,37 kWp (3,7% do total) no município do Seridó. Quanto à classe de consumo, o destaque é para o residencial, com 60.888 conexões, o equivalente a 83,1% das unidades conectadas, com potência de 382.686,78 kWp (55,1% do total). O consumo comercial registra 9.482 (12,9% do total), com potência de 220.153,78 kWp (31,7% do total).
O consumo rural responde por 3,1% das conexões (2.256 unidades) e 5,6% da potência total (38.618,88 kWp). As 10 principais cidades, pelo critério de quantidade de sistemas instalados, respondem por 65% da quantidade de conexões e 59,8% da potência instalada no Rio Grande do Norte.
José Maria Vilar, vice-presidente da Aper, analisa que, além dos financiamentos, outros fatores têm contribuído para a expansão do consumo no setor. “Com a queda no preço dos equipamentos, o investimento médio por kWp tornou-se ainda mais viável do que sempre foi, apresentando, atualmente, o menor prazo para retorno do investimento desde que a energia solar distribuída foi introduzida em nosso estado, no ano de 2015”, diz.
Energia solar distribuída
Quantidade de sistemas conectados à rede no RN
Potência instalada acumulada em KWP
Top dez dos municípios com maior conexões e potência instaladas
TRIBUNA DO NORTE