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RIO GRANDE DO NORTE

Polícia investiga advogados e tabeliães suspeitos de falsificar documentos para sacar dinheiro das contas de falecidos no RN

Publicada em 13/09/24 às 07:49h

Eugênio Freitas


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Polícia investiga advogados e tabeliães suspeitos de falsificar documentos para sacar dinheiro das contas de falecidos no RN
 (Foto: Mandados de busca e apreensão foram cumpridos nesta quinta-feira (12) — Foto: Divulgação/Polícia Civil)

A Polícia Civil deflagrou nesta quinta-feira (12) no Rio Grande do Norte uma operação para investigar um grupo de advogados e tabeliães suspeitos de falsificar documentos para conseguir sacar dinheiro de contas bancárias de pessoas falecidas (entenda mais abaixo como funcionava o esquema).

Sete mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços vinculados a uma organização criminosa do estado. As ações aconteceram em cinco cidades: NatalParnamirimIelmo MarinhoLagoa de Velhos e Japi.

De acordo com a Polícia Civil, a estimativa é de que os golpes tenham causado prejuízos superiores a R$ 4 milhões às famílias das vítimas.

Por conta da investigação, a Justiça bloqueou R$ 4 milhões em bens e nas contas dos investigados, além de expedir oito mandados de monitoração eletrônica contra eles.

A polícia informou ainda que apreendeu veículos na operação desta quinta-feira (12), mas não informou a quantidade.

Os suspeitos são investigados pelos crimes de estelionatolavagem de dinheiro e falsificação de documentos públicos.

A Ordem dos Advogados do Brasil do RN informou que não foi notificada sobre a operação desta quinta, como geralmente ocorre nos cumprimentos de mandados contra advogados, como determina o Estatuto da Advocacia. A Polícia Civil não informou se os mandados foram cumpridos em escritórios ou casas dos advogados.

Como funcionava o esquema?

Segundo a Polícia Civil, o esquema funcionava da seguinte forma:

  • advogados e tabeliães obtinham informações sobre contas bancárias sem movimentação recente que pertenciam a pessoas falecidas;
  • os profissionais, então, forjavam escrituras de inventário e procurações públicas;
  • nessas falsificações, eles colocavam “laranjas” como herdeiros únicos, permitindo que os criminosos sacassem os valores das contas;
  • o saque, então, era realizado pelos advogados em agências bancárias,;
  • em seguida, o dinheiro era distribuído em diversas contas de passagem, antes de ser dividido entre os membros da quadrilha.

A operação foi denominada de Falsus Heres – em alusão a “falso herdeiro” – e foi realizada pela Delegacia Especializada em Falsificações e Defraudações de Natal em conjunto com a 34ª Delegacia de Polícia de São Tomé e outras delegacias especializadas da Grande Natal.

G1RN




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