Uma audiência pública de iniciativa do deputado Dr. Kerginaldo (PL) aconteceu nesta quinta-feira (19), na Câmara Municipal de Caraúbas, com objetivo de discutir as causas e consequências da precariedade do abastecimento de água no município. A falta regular de abastecimento afeta a população, que sente muito com a escassez de água para consumo, impactando a saúde pública e ocasionando prejuízo econômico.
O parlamentar Dr. Kerginaldo informou que o motivo da audiência é cobrar novamente explicações da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) sobre esse problema crônico que precisa de regularização. “Caraúbas é uma cidade grande e importante na região e tem uma dificuldade de manter esse abastecimento regular. A população sofre e cobra das autoridades locais, por isso que nós voltamos a cobrar da Caern, para dar as explicações e a solução do problema”, falou.
O atual prefeito de Caraúbas, Antônio Alves da Silva, lembrou que essa não é a primeira audiência realizada na gestão dele sobre o assunto. “É um problema que vem se arrastando por muitos anos e a Caern pode resolver. Temos cinco poços que abastecem o município, mas só quatro estão funcionando e com vazão baixa. Hoje a população é de 20 mil habitantes, cresceu. Para resolver isso, precisa ser perfurado outro poço e com boa vazão, para que a água chegue aqui. Foram construídos três reservatórios, mas o problema continua”, comentou.
O presidente da Câmara Municipal de Caraúbas, Hamilton Bezerra, também ressaltou que o assunto tem sido debatido por muitos anos. “Os consumidores são os que mais sofrem. Não tem cabimento uma empresa do tamanho da Caern não ter solucionado o problema ainda. Eu fico pensando naquela pessoa que só tem 1 mil litros de água para consumir por 20 dias”, disse. Ele lembrou que já ouviu demais que esse é um problema de curto e médio prazo. “Dizem que nosso município tem um manancial grande de água, mas a tubulação não presta, a estrutura é deficiente e nós sempre temos os mesmos sofrimentos. Nunca tem uma solução quando chamamos a Caern para uma audiência”, desabafou.
O gerente Regional da Caern no Oeste, Herbert de Sousa, respondeu que a Caern está com uma nova gestão, que está buscando uma solução técnica para a região. “A Caern compreende o problema de abastecimento na região Oeste, que é um problema sério e precisamos atuar. Mas, sabemos que precisamos também da atuação do município e da população, unindo forças. Estamos em período de escassez, diferente do inverno, quando a distribuição de água é mais fácil, por isso o uso consciente do recurso hídrico pela população é importante. Vale lembrar que não vendemos água, vendemos o serviço de distribuição de água. Quando temos oferta boa de água, temos mais facilidade de distribuir”, discursou.
Sobre a atuação da Caern na solução do problema, ele informou que, de imediato, a Caern investiu no sexto poço, que não tem a vazão ideal, mas vai somar com a produção atual. Ele não está operando ainda porque está dependendo de uma subestação da Cosern, mas, depois disso, o poço será equipado e contribuirá com a distribuição de água. “A curto prazo vamos contribuir com 55 mil litros de água para minimizar a crise hídrica, mas precisamos da parceria da prefeitura e da população. A Caern não aumenta o volume de captação porque temos um volume de captação máximo que temos que distribuir de forma igualitária. Mas, temos ações de curto, médio e longo prazo que estamos atuando para superar essa crise”, completou.
O coordenador de Unidade de Águas do interior da Caern, Alisson Dionísio, falou que a atual gestão está formada a menos de um mês, é técnica e vai se debruçar sobre os problemas. “Vamos entender os problemas de cada localidade e buscar soluções, porque os problemas têm várias frentes de atuação. Vamos estudar e sugerir intervenções para pontos de melhoria, ou seja, gerir a quantidade de água que a gente tem hoje, já que não podemos, a curto prazo, aumentar o volume de água”.
O ex-prefeito de Caraúbas, Eugênio Alves, opinou que o problema de Caraúbas é mais fácil de resolver porque o município tem água. “Eu queria juntar as forças políticas e não políticas, está na hora de resolvermos esse problema, que é sério. Vamos sair daqui com uma coisa concreta e não só conversa. Temos que sair daqui com uma decisão para resolver esse problema”, disse.
Respondendo aos questionamentos levantados na audiência pública, Herbert de Sousa, da Caern, disse que a arrecadação do município é de R$ 390 mil, que é revertida nos custos de operação para distribuição de água. E pelo novo marco regulatório, existe um plano de investimento, de 2025 a 2029, para o serviço de águas e esgotos. Então, além das reivindicações da população, a própria legislação também cobra esse investimento. Sobre as soluções de curto prazo, ele reafirmou que, quando a Cosern montar a subestação, a Caern vai injetar mais 15 mil litros de água no abastecimento e vai fazer uma análise técnica para uma distribuição mais igualitária dessa água.
FOCOELHO