“Essas medidas vão estimular ainda mais as indústrias eólicas no RN com diminuição de taxas de juros para novos investimentos. Esse com certeza é um grande vetor, além da retomada da economia no pós-pandemia, com setor de serviços muito forte. Vemos o comércio e o emprego, além dos vetores tradicionais, como o turismo”, cita.
Projeções
Segundo projeções da Confederação Nacional da Indústria, o PIB do Brasil deve crescer 2,4% no ano que vem. Para 2024, a CNI subiu para 3,5% a expectativa de alta do PIB, mais do que o dobro em relação à estimativa anunciada no fim do ano passado.
Para o economista Robespierre do Ó, as perspectivas de crescimento do RN e do Brasil são “pífias”. “Acho que é um crescimento pequeno: um estado pobre como o nosso crescer 2% é nada, é crescimento vegetativo da população. É muito pequeno para uma situação que vivemos hoje, em que precisamos gerar emprego, renda e riquezas para poder dar um bem estar para a população do Estado. Quando você cresce 2% não se cresce nada. Quando você imagina que o Brasil já cresceu 15% ao ano, 10% ao ano, e hoje ficamos satisfeitos com 3%, estamos sendo pequenos”, opina.
“Os agentes do mercado rentista projetavam uma taxa muito mais baixa e o desenvolvimento do Brasil apresentou taxas muito mais significativas para o crescimento do PIB nacional, inclusive do RN. Para o ano de 2025 acredito que essas taxas devem permanecer próximas, ou seja, em média de 2,5 a 3%, se mantivermos o patamar de desenvolvimento, de crescimento que temos há algum tempo. É uma boa notícia para a economia”, opina o economista e professor da UFRN, William Eufrásio.
Fortalecer pequenos negócios e PPPs é alternativa para crescer
Entre as alternativas para alavancar a economia no âmbito do Rio Grande do Norte, segundo avaliações dos especialistas ouvidos pela TN, estão a possibilidade de Parcerias Público-Privadas e fortalecimento dos pequenos negócios, responsáveis por grande parte das contratações no mercado de trabalho.
“Nosso turismo tem um impacto interessante no nosso resultado final e esse é um dos fatores que eu coloco: a partir do momento em que começarmos a valorizar as belezas naturais que temos, algumas medidas que o Governo está colocando em prática para buscar PPPs, podem e devem incrementar nossa economia. Temos uma Via Costeira maravilhosa que precisa ser melhor aproveitada. O turista chega e fica ilhado no hotel. Se houvesse formas de usufruir dessas belezas, isso representaria um incremento de negócios, de circulação de dinheiro e, consequentemente, de melhoria da nossa economia”, cita Helder Cavalcanti.
Para o ex-professor do Departamento de Políticas Públicas da UFRN, Rodrigo Lima, o momento é de “fortalecer as bases” e incentivar a geração de empregos formais no Estado em 2025.
Na avaliação do economista Robespierre do Ó, o Governo do Estado precisa “fazer seu dever de casa” no tocante à parte fiscal em 2025.
Alta do dólar e inflação: cenário gera preocupação
As projeções para a inflação em 2025 registraram uma piora, segundo o boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (23) pelo Banco Central. A piora generalizada também afeta a taxa de juros e dólar futuro para o próximo ano.
Na avaliação do professor do Departamento de Economia da UFRN, William Eufrásio Nunes Pereira, uma das condicionantes para a inflação no ano que vem é o regime de chuvas, que afetam o mercado de maneira geral.
Com o dólar enfrentando um dos maiores índices de sua história no Brasil, o cenário para 2025 gera preocupação. Na última quinta-feira (26), a moeda fechou com R$ 6,17 após injeção de liquidez por parte do Banco Central (BC). Na semana passada, a moeda atingiu a cotação histórica de R$ 6,26.
“O dólar é um fator preponderante no crescimento dos negócios, tanto em nível local quanto internacional. Tudo que produzimos tem um componente externo que é mensurado pelo dólar. O grande desafio para 2025 é conseguir controlar esses impactos e não ofuscar nosso desenvolvimento”, cita o economista.