Por Folhapress
A prata no individual geral em Paris-2024 faz da ginasta Rebeca Andrade, 25, a mulher brasileira com mais medalhas em Jogos Olímpicos.
Ela chegou ao seu quarto pódio olímpico e ultrapassou Hélia de Souza, a Fofão, do vôlei (um ouro e dois bronzes), e Mayra Aguiar, do judô (três bronzes).
Além disso, qualitativamente, Rebeca se torna a quarta maior medalhista da história olímpica do Brasil.
Com um ouro, duas pratas e um bronze, a paulista igualou-se ao canoísta baiano Isaquias Queiroz, também presente a estas Olimpíadas (ainda competirá, em duas provas), que tem essas mesmas medalhas, obtidas no Rio-2016 (duas pratas, um bronze) e em Tóquio-2020 (ouro).
As conquistas de Rebeca aconteceram nesta edição em Paris – a prata desta quinta-feira, 1º, no conjunto dos quatro aparelhos mais o bronze por equipes – e em Tóquio, nos Jogos realizados em 2021 devido à pandemia de Coronavírus.
Na Ásia, ela foi campeã no salto sobre a mesa e ficou em segundo lugar no individual geral, atrás da norte-americana Sunisa Lee, bronze em Paris-2024.
Desta vez, outra ginasta dos EUA, a fenomenal Simone Biles, foi quem superou a brasileira no individual geral (disputa em que a atleta se apresenta no solo, no salto, nas barras e na trave).
Rebeca, agora, fica atrás entre os maiores nomes brasileiros em Olimpíadas apenas dos velejadores Robert Scheidt (cinco medalhas; dois ouros, duas pratas, um bronze) e Torben Grael (cinco medalhas; dois ouros, uma prata, dois bronzes) e de Serginho (Escadinha), do vôlei, que tem em sua coleção quatro láureas (dois ouros, duas pratas).
No quantitativo (total de medalhas, independentemente da cor), Rebeca, com quatro, só perde para Scheidt e Torben (cinco cada um) e está empatada com Serginho, Isaquias e Gustavo Borges (natação).
Considerando-se só as conquistas em provas individuais, Rebeca, com três medalhas olímpicas (duas no individual geral e uma no salto), iguala-se a Isaquias (três pódios, todos na canoa C1), Scheidt (três pódios na classe laser), Gustavo Borges (três pódios; dois nos 100 m livre, um nos 200 m livre) e à judoca Mayra Aguiar (três pódios, até 78 kg).
Rebeca ainda terá, nesta edição dos Jogos, mais três chances de obter medalhas. É finalista na trave, no salto e no solo.
Competirá pela façanha de se transformar o maior esportista brasileiro (homem ou mulher) da história olímpica.
MAIORES MEDALHISTAS DO BRASIL EM OLIMPÍADAS
1 Robert Scheidt, vela (5) - 2 ouros, 2 pratas, 1 bronze
2 Torben Grael, vela (5) - 2 ouros, 1 prata, 2 bronzes
3 Serginho, vôlei (4) - 2 ouros, 2 pratas
4 Isaquias Queiroz, canoagem velocidade, e Rebeca Andrade, ginástica artística (4) - 1 ouro, 2 pratas, 1 bronze
5 Gustavo Borges, natação (4) - 2 pratas, 2 bronzes
6 Marcelo Ferreira, vela (3) - 2 ouros, 1 bronze
7 Bruninho, Giba, Dante e Rodrigão, vôlei (3) - 1 ouro, 2 pratas
8 Emanuel e Ricardo, vôlei de praia (3) - 1 ouro, 1 prata, 1 bronze
9 Cesar Cielo, natação, Rodrigo Pessoa, hipismo, e Fofão, vôlei (3) - 1 ouro, 2 bronzes
10 Mayra Aguiar, judô (3) - 3 bronzes
Rebeca superou histórico de lesões para se consolidar
A caminhada de Rebeca Andrade, 25, para se consolidar com uma das maiores ginastas de sua geração e ainda voltar ao pódio olímpico nos Jogos de Paris, agora com sua segunda prata no individual geral, não foi sem solavancos, nem acompanhada somente por expressões de felicidade, como a que ela exibia na Arena Bercy.
Antes da medalha alcançada nesta quinta-feira, 1º, ficando atrás apenas da americana Simone Biles, a brasileira teve de superar um histórico de três lesões graves no joelho até corresponder às expectativas criadas sobre ela desde suas primeiras aparições no cenário mundial.
Nascida em Guarulhos (SP), em 8 de maio de 1999, ela possui nove medalhas em campeonatos mundiais (três delas de ouro), está em sua terceira olimpíada e agora tem quatro medalhas – um ouro, duas pratas e um bronze.