Cartola bateu no juiz Bráulio da Silva Machado (SC) porque ele acresceu tempo aos oito de acréscimos que daria. Nisso o Botafogo empatou e avançou.
O principal personagem da correria dentro de campo foi o presidente do Sergipe, Ernan Sena, que invadiu o campo e agrediu o árbitro
Aracaju, SE, 2 (AFI) – A classificação do Botafogo-RJ à segunda fase da Copa do Brasilfoi marcada por uma grande confusão ao termino do jogo em que empatou por 1 a 1 com o Sergipe, nesta quinta-feira à noite, no estádio Batistão, em Aracaju, na capital sergipana. O principal personagem da correria dentro de campo foi o presidente do Sergipe, Ernan Sena, que invadiu o gramado e agrediu o árbitro catarinense Bráulio da Silva Machado com um soco, além de empurrões e chutes.
Depois de agredir o árbitro e de correr atrás dos auxiliares, o dirigente recebeu um ‘bandeirada’ no rosto que provocou um corte e sangramento. Mas a invasão ao campo gerou uma confusão que envolveu outros jogadores do clube sergipano, que apareceram para tentar segurar o dirigente em fúria. Mas neste momento, outras pessoas ‘estranhas ao jogo’ também rodearam o trio de arbitragem na tentativa de agressão.
A intervenção da Polícia Militar foi providencial para a proteção à arbitragem. Uma barreira com cerca de 15 policiais impediu qualquer aproximação dos agressores ao trio de arbitragem. O árbitro Bráulio da Silva Machado, de 43 anos, é experimente e filiado à Federação Catarinense, auxiliado por dois auxiliares também de Santa Catarina: Alex dos Santos, de 37, e Henrique Neu Ribeiro, de 35 anos.
GOL AOS 54 MINUTOS
O presidente invadiu o campo revoltado porque o gol de empate do time carioca (anotado por Adryelson aos 54 minutos) teria saído, segundo ele, depois dos oito minutos de acréscimos indicados pelo árbitro. Na visão do dirigente, o gol teria passado um minuto e meio, ido até os 55 minutos.
Outras pessoas não ligadas ao jogo também estavam dentro de campo, inclusive, foram registradas nas imagens a presença de duas mulheres e de uma criança, possivelmente, parentes do agressor. O clima ficou tenso e as duas comissões técnicas chegaram a discutir. Neste momento já estavam em campo vários seguranças dos dois clubes. Foram trocados gritos, ameaças e empurrões até a chegada da ‘turma do deixa disso’.
UMA VERGONHA
Os jogadores do Sergipe estavam revoltados, o que ficou claro nas declarações do goleiro Dida ao canal Sportv.
“CBF, você é uma vergonha. O que ele (árbitro) fez aqui hoje foi uma safadeza”.
Bem mais calmo, pelo menos, aparentemente, o técnico do Sergipe, Rafael Jacques, ex-centroavante do Grêmio e de outros clubes como São Paulo e Guarani, tentou explicar melhor a razão de tanta insatisfação, afinal seu time foi eliminado da Copa do Brasil e perdeu valores de premiação importantes para o clube.
“Além de ter passado os oito minutos indicados, o gol saiu depois de um escanteio que não aconteceu. Quem vai se responsabilizar por este erro da arbitragem? Quem vai assumir o prejuízo financeiro e esportivo do clube? É preciso ter muito sangue frio para suportar uma situação desta” – analisou, com propriedade, o técnico.
Por estar dentro do Grupo III de clubes alinhados pela CBF o Sergipe vai receber R$ 750 mil por sua participação na competição e poderia ganhar mais R$ 900 mil para chegar à segunda fase. O valor de R$ 1.650 milhão representaria praticamente a folha anual do time profissional, orçado em torno de R$ 200 mil por mês.
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