Por César Tralli, GloboNews e TV Globo
Os agentes do setor de Inteligência da Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal do Rio Grande do Norte identificaram no fim de março passado uma nova célula de apoio da Comando Vermelho aos fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento.
Segundo fontes da PF, esta célula tinha a missão de tirá-los da área de buscas e levá-los para muito longe e envolvia criminosos do Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Ceará e Pará.
Os dois fugitivos receberam aparelhos de celular e dezenas de chips, pois trocavam todos os dias para dificultar o rastreamento. Os investigadores, no entanto, driblaram essa situação e conseguiram ampliar o monitoramento dos criminosos que estavam dando suporte à fuga.
Quando a investigação descobriu que os dois foram levados para Belém, agentes da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO) apertaram ainda mais o cerco tecnológico.
Os agentes de inteligência foram cruzando os sinais de antenas de celular com o sistema de monitoramento de câmeras da PRF. Este sistema, por meio de convênios com governos estaduais e prefeituras, permite capturar informações e imagens de câmeras de rodovias e de trânsito, capazes de fazer a leitura de placas de veículos.
Na tarde da última quarta-feira, por volta das 14h, agentes da FICCO alertaram os investigadores que tinham detectado, por meio das análises, um carro cuja trajetória no Pará batia com os apontamentos das antenas de aparelhos celulares que vinham sendo rastreados. Era o Polo branco, em deslocamento de Belém para Marabá.
Os agentes descobriram, ainda, que outros dois veículos faziam os mesmos, em comboio:
Veículo Polo, usado na fuga de Rogério e Deibson. — Foto: PF/Divulgação
Veículo Jeep utilizado na fuga de Rogério e Deibson. — Foto: PF/Divulgação
Veículo utilizado na fuga de Rogério e Deibson. — Foto: PF/Reprodução
Segundo as apurações, são três carros “quentes”, sem histórico de furto e roubo e em nome de pessoas comuns.
Cerco e prisão
Nesta quinta-feira, entre 10h e 12h, PRF e PF desenharam a operação para dar o “bote final”: o cerco e a abordagem na ponte na BR-222.
A investigação vai atrás agora dos donos dos veículos para entender como eles foram parar nas mãos dos criminosos que transportavam e davam apoio aos fugitivos de Mossoró.
A investigação também deve resultar em novas prisões, a partir da detenção dos quatro suspeitos detidos com os dois fugitivos. Ainda há outros criminosos sendo identificados no apoio logístico e no financiamento da fuga.
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