O número de estupros no Rio Grande do Norte teve um aumento de 30% entre os anos de 2022 e 2023, segundo dados do 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (18).
Segundo o relatório, entre janeiro e dezembro do ano passado, ocorreram 1.242 estupros no estado, 288 casos a mais que nos 12 meses anteriores.
É importante destacar que o estupro não se configura apenas quando há penetração sem consentimento. Qualquer tipo de contato sexual constrangedor, como sexo oral, masturbação, toques íntimos ou introdução forçada de objetos, pode ser caracterizado como esse tipo de crime.
No Rio Grande do Norte, ainda segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 78% do total dos casos foram classificados como estupro de vulnerável – quando a vítima tem menos de 14 anos ou é incapaz de consentir com o ato sexual por qualquer motivo.
O estado registrou a terceira maior taxa de violência sexual do Nordeste. Em 2023, foram 37,6 abusos cometidos para cada 100 mil potiguares.
Nesse cenário, o Rio Grande do Norte só fica atrás do Piauí (47,9) e de Sergipe (45,5), primeiro e segundo estados nordestinos com as maiores taxas de estupro para cada 100 mil habitantes.
O Centro de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi (Anita) é uma unidade de referência no município de Macaíba para acolhimento, notificação e acompanhamento de vítimas de violência sexual. Funciona de portas abertas, recebendo demandas espontâneas ou pacientes encaminhados pela rede (UPA, UBS, CREAS).
No Anita, o atendimento inicial é realizado por uma equipe multidisciplinar, que inclui psicólogo, assistente social e enfermeiro.
Caso seja necessário, a vítima pode ser encaminhada para avaliação pediátrica ou ginecológica na própria unidade. Além disso, podem ser realizados testes rápidos para diagnóstico de infecções sexualmente transmissíveis e administrada medicação.
O processo de atendimento é realizado de forma humanizada e o sigilo da vítima é garantido. “Esse primeiro atendimento é fundamental para garantir segurança e conforto para a pessoa que sofreu a violência sexual”, explica a preceptora psicóloga do Instituto Santos Dumont, Maria Dolores Medeiros.
G1RN