Um adolescente de 17 anos foi apreendido na manhã desta quinta-feira (23) suspeito de ser a pessoa que disseminou uma notícia falsa, na semana passada, sobre um suposto ataque do crime organizado do Rio Grande do Norte a escolas paraibanas que não fossem fechadas. O adolescente é natural de Nova Floresta, município paraibano que fica na divisa entre os dois estados, e a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social da Paraíba alega que o jovem estaria agindo a mando dos criminosos.
Para o secretário Jean Nunes, portanto, não se trata de mera disseminação de notícia falsa, mas de ação articulada por um jovem cooptado pelo crime organizado com o objetivo de provocar caos e terror nos dois estados. “Trata-se de um adolescente a serviço de uma organização criminosa”, pontuou.
A informação falsa circulou pela Paraíba na semana passada, no auge dos ataques de organizações criminosas potiguares a locais públicos e privados do estado vizinho. E dizia que escolas paraibanas que permanecessem funcionando seriam atacadas, tal como havia acontecido no Rio Grande do Norte. Municípios como Várzea e Uiraúna chegaram a suspender as aulas.
“A gente não está tratando simplesmente de divulgação de notícia falsa, mas também dos efeitos negativos e do terror que isso causou. Escolas fechadas, famílias com medo, populações aterrorizadas, economias sendo impactadas nos municípios. É isso o que está sendo combatido”, explicou.
A apreensão aconteceu após investigação realizada pela Polícia Civil da Paraíba e pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público da Paraíba, como parte da Operação Domo. Os mandados de busca e apreensão expedidos pelo Poder Judiciário foram cumpridos por policiais da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) depois que foi identificado a origem das mensagens.
O adolescente, após ser preso em Nova Floresta, foi encaminhado para a Delegacia de Crimes Cibernéticos (Decc), na Central de Polícia Civil de João Pessoa. Ele vai ser ouvido sobre o caso e depois vai passar passar por audiência de custódia para saber o local onde ele ficará recolhido.
De acordo com o delegado-geral, André Rabelo, a Polícia Civil está atenta à disseminação de notícias falsas que possam gerar pânico na sociedade, tendo em vista os prejuízos que esse tipo de conduta podem causar à população.
“Muita gente pensa que a internet é um território sem lei, mas nós temos meios capazes de identificar exatamente de onde partem essas e outras publicações criminosas”, alertou André Rabelo.