Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) descobriram um conjunto de pegadas de dinossauro com mais de 100 milhões de anos. Elas foram localizadas em São João do Rio do Peixe, município do interior da Paraíba, em uma descoberta que forneceu informações inéditas sobre a evolução dos saurópodes – nome dado ao grupo de dinossauros de pescoço e cauda longa.
Segundo os pesquisadores, o achado possui um conjunto de características únicas que permitiram a definição de uma nova icnoespécie, que ocorre quando são localizados vestígios de um grupo ou espécie mais específica). Neste caso, a icnoespécie definida é a Sousatitanosauripus robsoni.
A primeira parte do nome faz referência à bacia sedimentária de Sousa (Sousatitanosauripus), onde as pegadas foram encontradas. Já “Robsoni”, o nome da icnoespécie, é uma homenagem feita pelos pesquisadores à memória do senhor Robson Araújo Marques, falecido em 2021, e conhecido na região de Sousa como “o velho do rio” e “Guardião do Vale dos Dinossauros”.
“Trabalhamos na região desde 2016 e desde então tivemos contato com o Sr Robson. Eu sempre disse a ele, brincando, que se fizéssemos uma grande descoberta que pudesse receber um nome, faríamos questão de homenageá-lo”, relatou a professora Aline Guilhardi, docente do Departamento de Geologia da UFRN.
A descoberta corresponde a um tipo específico de saurópode com corpo bastante robusto como uma de suas características. Ela contribui para a compreensão da grande diversidade de dinossauros pescoçudos existentes no início do Período Cretáceo (de 145 a 65 milhões de anos atrás).
As descobertas feitas pelo grupo de cientistas foram tema de um artigo científico publicado na revista Historical Biology, importante periódico internacional na área de paleontologia e biologia de animais pré-históricos.
O artigo foi escrito em coautoria pelas pesquisadoras Zarah Trindade Gomes e Rebecca Fernandes Erickson e pelos docentes Aline Ghilardi (UFRN) e Tito Aureliano (URCA), orientadora e coorientador da autora principal do trabalho.
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Descoberta traz informações inéditas sobre a evolução dos dinossauros saurópodes. — Foto: Aline Ghilardi e Tito Aureliano/Divulgação