Mais de 6 mil pessoas morreram em decorrência da dengue em 2024, no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde. Foram, em média, 16 mortes por dia. O número foi o maior já registrado, desde o início do levantamento.
Em todo o país, foram mais de 6,5 milhões de casos confirmados da doença no ano passado. Em São Paulo, só em dezembro, os casos de dengue triplicaram e alcançaram o maior patamar de todos os tempos.
Um cenário em especial pode ter contribuído para a disparada dos números: o aumento da temperatura e o recorde de queimadas no país, conforme explica o infectologista do Hospital Sírio Libanês, Ricardo Bonifácio. “Isso deixa o mosquito mais exposto nas regiões urbanas e, como ele é o principal vetor, a gente adquire a dengue através da picada do mosquito, então há uma maior exposição”, afirma o especialista.
O Brasil foi o primeiro país a incluir a vacina contra a dengue no sistema de saúde pública. Das mais de 6 milhões de doses distribuídas para imunizar crianças e adolescentes no ano passado, 58% foram de fato aplicadas.
“A cobertura da vacina só é adquirida após duas doses, que são separadas por um período de 90 dias, então, quando ela foi iniciada no ano passado, não garantia a cobertura para aquele período de maior exposição. Então, o impacto da vacinação do ano passado vai ser sentido esse ano, em 2025, de fato”, observa o infectologista.
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