Nos últimos dias, o anúncio de novas regras da Receita Federal sobre a fiscalização de movimentações financeiras gerou debates e dúvidas. Embora a medida não implique cobrança de novos impostos, ela amplia o monitoramento para incluir mais instituições e operações.
Veja a seguir o que mudou, como isso pode impactar o dia a dia dos contribuintes e por que, em geral, não há motivo para preocupação.
Desde 2003, a Receita Federal já monitorava transações financeiras por meio da Decred, focando inicialmente em operações com cartões de crédito. Em 2015, o sistema evoluiu para a plataforma e-Financeira, que consolidou as informações enviadas por bancos tradicionais (públicos e privados).
Os bancos repassavam dados sobre movimentações mensais superiores a:
Agora, além dos bancos, operadoras de cartão e instituições de pagamento (como fintechs e bancos digitais) também devem informar transações financeiras de seus clientes.
A nova regra inclui movimentações feitas via:
O valor mínimo para envio de informações subiu para:
Essas mudanças ampliam a base de dados do Fisco para evitar fraudes e sonegação fiscal.
Não. A Receita Federal reforçou que a medida não implica cobrança de novos impostos e que a Constituição proíbe a tributação direta de movimentações financeiras como o PIX.
Golpes relacionados a uma suposta “taxa do PIX” estão circulando, mas é importante lembrar que a Receita não envia cobranças por WhatsApp ou e-mail.
A Receita acessa apenas informações gerais como:
Ou seja, o sigilo bancário é mantido, e as informações são utilizadas apenas para identificar inconsistências ou movimentações atípicas.
Não é necessário tomar nenhuma ação em relação ao envio de dados. Esse processo é responsabilidade das instituições financeiras.
Porém, quem recebe rendimentos tributáveis acima de R$ 2.824 mensais deve declarar o Imposto de Renda anualmente para evitar problemas.
As mudanças não afetam contribuintes que declaram corretamente seus rendimentos. A Receita busca identificar casos em que os gastos não condizem com as rendas declaradas.
Por exemplo, se uma pessoa gasta R$ 20 mil por mês no cartão de crédito, mas declara um salário de R$ 10 mil, ela poderá ser chamada para explicar a diferença.
No entanto, antes de qualquer notificação, a Receita realiza cruzamentos de dados com outras fontes para verificar se há justificativas plausíveis, como ajuda financeira a familiares.
A ampliação do monitoramento visa combater fraudes, não gerar tributos. Para quem está em dia com suas obrigações fiscais, a mudança não deve trazer impactos.
MOSORÓ NEWS