Por Amina Costa / Repórter do JORNAL DE FATO
Mesmo com a grande adesão, diretoria do sindicato lembra que nem todas as escolas paralisaram totalmente as suas atividades, já que existe um grande número de professores celetistas, que não aderiram à greve e continuam normalmente com as atividades.
Foi iniciada nesta quinta-feira, 23, a greve dos professores da rede municipal de ensino, com considerável adesão da categoria. A greve foi definida durante assembleia realizada na semana passada, em virtude do silêncio da gestão municipal em relação ao pagamento do reajuste de 14,95% do piso dos professores.
De acordo com a informação repassada à reportagem do JORNAL DE FATO pela assessoria do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (Sindiserpum), o número de professores que aderiu ao movimento superou as expectativas dos próprios sindicalistas. “A adesão está sendo muito boa, Não dá ainda pra saber porcentagem, mas com certeza está além das nossas expectativas e a tendência é aumentar”, informou.
Mesmo com a grande adesão, o Sindicato lembra que nem todas as escolas paralisaram totalmente as suas atividades, já que existe um grande número de professores celetistas, que não aderiram à greve e continuam normalmente com as atividades. “Algumas escolas estão funcionando, mas devido aos profissionais celetistas, que não podem aderir à greve”, informou a assessoria.
Na manhã desta quinta-feira, os professores que entraram em greve se reuniram na sede do sindicato, para definir os próximos rumos do movimento. Além disso, realizaram visitas às escolas, tanto no período da manhã quanto da tarde, para conversar com os professores que ainda não aderiram ao movimento.
“Tivemos reunião com os professores que trabalham pela manhã e à tarde. O próximo passo é fortalecer ainda mais a greve, fazendo visitas e ações que mostre a insatisfação da categoria diante deste quadro de desvalorização”, informou a presidente do Sindiserpum, Eliete Vieira, à reportagem.
De acordo com a presidente do Sindicato, foi protocolado ofício com as reivindicações no dia 22 de dezembro de 2022, dando um prazo até o dia 31 de janeiro para o Município dialogar com o Sindicato sobre as solicitações. Diante da falta de resposta da gestão, os professores definiram a parada de advertência e a votação do indicativo de greve para o dia 13 de fevereiro.
“Foi definido no dia 13 de fevereiro que os professores entrariam em greve no dia 23. No dia seguinte, encontramos o prefeito durante a leitura da mensagem anual e pressionamos mais uma vez para o diálogo. Somente no dia 15 a secretária de Educação nos chamou para uma conversa, sem apresentar nenhuma proposta para a categoria”, disse a presidente do sindicato durante entrevista ao programa Foro de Moscow.
Questionada sobre a possibilidade de a categoria aceitar uma proposta parcelada para o pagamento do reajuste, Eliete Vieira foi enfática ao dizer que os professores estão cansados de pagamento parcelados. “Os professores estão frustrados e magoados com o parcelamento dos 33,67% de reajuste do ano passado, que foi dividido em 7 parcelas a serem pagas em 17 meses. Além desse consórcio que nos fizeram aceitar, ainda não pagaram o retroativo. Então, a categoria não aceitará parcelamentos e quer o pagamento retroativo a janeiro”, disse.
Ela informou ainda que, em nenhum momento o prefeito dialogou de forma informal, como vem informando o prefeito Allyson Bezerra, e lembrou que qualquer proposta deve ser discutida em assembleia. “A negociação está aberta. O Sindicato não fecha acordo em Gabinete, então, qualquer que seja a proposta, será apresentada e debatida em assembleia, e os professores deliberarão se ela é aceitável ou não. A decisão soberana é da assembleia”, finaliza.